domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sete maravilhas do mundo moderno (Coliseu de Roma)

Coliseu de Roma

Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano ou Flávio (em latimAmphitheatrum Flavium), é um anfiteatro construído no período da Roma Antiga. Deve seu nome à expressão latina Colosseum (ou Coliseus, no latim tardio), devido à estátua colossal do imperador romano Nero, que ficava perto da edificação. Localizado no centro de Roma, é uma excepção de entre os anfiteatros pelo seu volume e relevo arquitetónico. Originalmente capaz de abrigar perto de 50 000 pessoas1 , e com 48 metros de altura, era usado para variados espetáculos. Foi construído a leste do Fórum Romano e demorou entre oito a dez anos a ser construído.
O Coliseu foi utilizado durante aproximadamente 400 anos, tendo sido o último registro efetuado no século VI da nossa era, bastante depois da queda de Roma em 476. O edifício deixou de ser usado para entretenimento no começo da Idade Média, mas foi mais tarde usado como habitação, oficina, forte, pedreira, sede de ordens religiosas e templo cristão.
Embora esteja agora em ruínas devido a terremotos e pilhagens, o Coliseu sempre foi visto como símbolo do Império Romano, sendo um dos melhores exemplos da sua arquitetura. Atualmente é uma das maiores atrações turísticas em Roma e em 7 de julho de 2007 foi eleita umas das "Sete maravilhas do mundo moderno". Além disso, o Coliseu ainda tem ligações à igreja, com o Papa a liderar a procissão da Via Sacra até ao Coliseu todas as Sextas-feiras Santas.
Em dezembro de 2011 fragmentos da construção passaram a cair em vários dias. A construção tem 3 mil fissuras catalogadas e deve ser restaurada a partir de março de 2012.

História da construção

Mapa do centro de Roma durante oImpério Romano, com o Coliseu a nordeste, fora do núcleo urbano, no canto superior direito.
O Coliseu de Roma foi construído entre 70 e 90 d.C. Iniciado por Vespasiano de 68 a 79 d.C., mais tarde foi inaugurado por Tito por volta de 79 a 81 d.C., embora apenas tivesse sido finalizado poucos anos depois. Empresa colossal, este edifício, inicialmente, poderia sustentar no seu interior cerca de 50 000 espectadores1 , em três andares. Durante o reinado de Alexandre Severo e Gordiano III, foi ampliado com um quarto andar, podendo abrigar então cerca de 90 000 espectadores[carece de fontes]. Finalmente foi concluído por Domiciano, filho de Vespasiano e irmão mais novo de Tito, por volta de 81 a 96 d.C..
A construção começou sob ordem de Vespasiano numa área que se encontrava no fundo de um vale entre as colinas de Célio, Esquilino e Palatino. O lugar fora devastado pelo Grande incêndio de Roma do ano 64, durante a época de governo do imperador Nero, e mais tarde havia sido reurbanizado para o prazer pessoal do imperador com a construção de um enorme lago artificial, da Domus Aurea (em latim, "casa dourada"), situada num complexo de uma villa,3 e de uma colossal estátua de si mesmo.4
Vespasiano, fundador da dinastia Flaviana, decidiu aumentar o moral e auto-estima dos cidadãos romanos e também cativá-los com uma política de pão e circo,3 demolindo o palácio de Nero e construindo uma arena permanente para espectáculos de gladiadores, execuções e outros entretenimentos de massas. Vespasiano começou a sua própria remodelação do lugar entre os anos 70 e 72, possivelmente financiada com os tesouros conseguidos depois da vitória romana na Grande Revolta Judaica, no ano 70. Drenou-se o lago e o lugar foi designado para o Coliseu. Reclamando a terra da qual Nero se apropriou para o seu anfiteatro, Vespasiano conseguiu dois objectivos: Por um lado realizava um gesto muito popular e por outro colocava um símbolo do seu poder no coração da cidade.5 Mais tarde foram construídos uma escola de gladiadores e outros edifícios de apoio dentro das antigas terras da Domus Aurea, a maior parte da qual havia sido derrubada.6
Vespasiano morreu mesmo antes de o Amphitheatrum Flavium ser concluído. O edifício tinha alcançado o terceiro piso e Tito foi capaz de terminar a construção tanto do Coliseu como dos banhos públicos adjacentes (que são conhecidos como asTermas de Tito) apenas um ano depois da morte de Vespasiano.6
A grandeza deste monumento testemunha verdadeiramente o poder e esplendor de Roma na época dos Flávios.

Denominação

O nome original do Coliseu de Roma era Anfiteatro Flávio ou Flaviano (em latim, Amphitheatrum Flavium), tendo sido construído no reinado dos imperadores da Dinastia Flaviana, após o governo do imperador Nero. Curiosamente, este nome não foi exclusivo do Coliseu, visto que VespasianoTito haviam construído um anfiteatro que portou o mesmo nome, na cidade de Pozzuoli, na província de Nápoles. O nome Anfiteatro Flavio é empregado ainda hoje, embora seja mais popularmente conhecido como Coliseu de Roma. A sua designação de "Coliseu" começou a difundir-se a partir do século VIII, o qual se crê que tenha sido devido a uma grande estátua de Nero, que se encontrava perto do edifício, na Domus Aurea, conhecida popularmente como o Colosso de Nero. Este fato pode ter sido a razão pela qual o anfiteatro de Roma tenha adoptado o nome de Coliseu. Essa dita estátua foi destruída provalvelmente para reciclagem do seu bronze. Apenas a sua base chegou aos nossos dias, e pode ser vista entre o anfiteatro e o Templo de Vénus e Roma.3

Jogos inaugurais do Coliseu

Mapa da Roma medieval representando o Coliseu.
Os jogos inaugurais do Coliseu tiveram lugar ano 80 d.C., sob o mandato de Tito, para celebrar a finalização da construção. Depois do curto reinado de Tito começar com vários meses de desastres, incluindo a erupção do Vesúvio, um incêndio em Roma e um surto de "peste", o mesmo imperador inaugurou o edifício com jogos pródigos que duraram mais de cem dias, talvez para tentar apaziguar o público romano e os deuses. Nesses jogos de cem dias teriam ocorrido combates de gladiadores, "venationes", lutas de animais, execuções, batalhas navais, caçadas e outros divertimentos numa escala sem precedentes.3

Espetáculos

"Pollice Verso" por Jean-Léon Gérôme1872.
No Coliseu eram realizados diversos espectáculos, com os vários jogos realizados na urbe. Os combates entre gladiadores, chamados muneras, não eram pagos pelo Estado, mas sim por indivíduos em busca de prestígio e poder.
Outro tipo de espetáculos era a caça de animais, ou venatio, onde eram utilizados animais selvagens importados de África. Os animais mais utilizados eram os grandes felinos como leões, leopardos e panteras, mas animais como rinocerontes, hipopótamos, elefantes, girafas, crocodilos e avestruzes eram também utilizados. As caçadas, tal como as representações de batalhas famosas, eram efetuadas em elaborados cenários onde constavam árvores e edifícios amovíveis. Estas últimas eram por vezes representadas numa escala gigante; Trajano celebrou a sua vitória em Dácia no ano107 com concursos envolvendo 11 000 animais e 10 000 gladiadores no decorrer de 123 dias.
Segundo o documentário produzido pelo canal televisivo fechado History Channel, o Coliseu também era utilizado para a realização de naumaquias, ou batalhas navais. O coliseu era inundado por dutos subterrâneos alimentados pelosaquedutos que traziam água de longe. Passada esta fase, foi construída uma estrutura, que é a que podemos ver hoje nas ruínas do Coliseu, com altura de um prédio de dois andares, onde no passado se concentravam os gladiadores, feras e todo o pessoal que organizava os duelos que ocorreriam na arena. A arena era como um grande palco, feito de madeira, e se chama arena, que em italiano significa areia, porque era jogada areia sob a estrutura de madeira para esconder as imperfeições. Os animais podiam ser inseridos nos duelos a qualquer momento por um esquema de elevadores que surgiam em alguns pontos da arena; o filme "Gladiador" retrata o funcionamento dos elevadores. Os estudiosos, há pouco tempo, descobriram uma rede de dutos inundados por baixo da arena do Coliseu. Acredita-se que o Coliseu foi construído onde, outrora, foi o lago do "Palácio Dourado de Nero"; O imperador Vespasiano escolheu o local da construção para que o mal causado por Nero fosse esquecido por uma construção gloriosa.
"A última prece dos mártires cristãos", por Jean-Léon Gérôme (1883).
Sylvae, ou recreações de cenas naturais eram também realizadas no Coliseu. Pintores, técnicos e arquitectos construiriam simulações de florestas com árvores e arbustos reais plantados no chão da arena. Animais seriam então introduzidos para dar vida à simulação. Esses cenários podiam servir só para agrado do público ou como pano de fundo para caçadas ou dramas representando episódios da mitologia romana, tão autênticos quanto possível, ao ponto de pessoas condenadas fazerem o papel de heróis onde eram mortos de maneiras horríveis mas mitologicamente autênticas, como mutilados por animais ou queimados vivos.
Embora o Coliseu tenha funcionado até o século VI, foram proibidos os jogos com mortes humanas desde 404, sendo apenas massacrados animais como elefantespanteras ou leões.

Os cristãos e o Coliseu

Os relatos romanos referem-se a cristãos sendo martirizados em locais de Roma descritos pouco pormenorizadamente (no anfiteatro, na arena...), quando Roma tinha numerosos anfiteatros e arenas. Apesar de muito provavelmente o Coliseu não ter sido utilizado para martírios, o Papa Bento XIV consagrou-o no século XVII à Paixão de Cristo e declarou-o lugar sagrado. Os trabalhos de consolidação e restauração parcial do monumento, já há muito em ruínas, foram feitos sobretudo pelos pontífices Gregório XVI e Pio IX, no século XIX

Utilização no fim do Império Romano do Ocidente[editar | editar código-fonte]

O monumento permaneceu como sede principal dos espetáculos da urbe romana até o período do imperador Honório, no século V. Danificado por um terremoto no começo do mesmo século, foi alvo de uma extensiva restauração na época de Valentiniano III. Em meados do século XIII, a família Frangipani transformou-o em fortaleza e, ao longo dos séculos XV e XVI, foi por diversas vezes saqueado, perdendo grande parte dos materiais nobres com os quais tinha sido construído.

Arquitetura e dimensão social

Outro ângulo do Coliseu
Vista da fachada original do Coliseu.
O Coliseu, como não estava inserido numa zona de encosta, enterrado, tal como normalmente sucede com a maioria dos teatros e anfiteatros romanos. Em vez disso, possuía um "anel" artificial de rocha à sua volta, para garantir sustentação e, ao mesmo tempo, esta substrutura serve como ornamento ao edifício e como condicionador da entrada dos espectadores. Tal como foi referido anteriormente, possuía três pisos, sendo mais tarde adicionado um outro. É construído em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros). A sua planta elíptica mede dois eixos que se estendem aproximadamente de 190 metros por 155 metros. A fachada compõe-se de arcadas decoradas com colunas dóricasjónicas e coríntias, de acordo com o pavimento em que se encontravam. Esta subdivisão deve-se ao facto de ser uma construção essencialmente vertical, criando assim uma diversificação do espaço.
A arena (87,5 m por 55 m) possuía um piso de madeira, normalmente coberto de areia para absorver o sangue dos combates (certa vez foi colocada água na representação de uma batalha naval), sob o qual existia um nível subterrâneo com celas e jaulas que tinham acessos diretos para a arena.Alguns detalhes dessa construção, como a cobertura removível que poupava os espectadores do sol, são bastante interessantes, e mostram o refinamento atingido pelos construtores romanos. Formado por cinco anéis concêntricos de arcos abóbadas, o Coliseu representa bem o avanço introduzido pelos romanos à engenharia de estruturas.Esses arcos são de concreto (de cimento natural) revestidos por alvenaria. Na verdade, a alvenaria era construída simultaneamente e já servia de forma para a concretagem.
Os assentos eram em mármore e a cavea, escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o pódio, para as classes altas; as maeniana, sector destinado à classe média; e os portici, ou pórticos, construídos em madeira, para a plebe e as mulheres. O pulvinar, a tribuna imperial, encontrava-se situada no pódio e era balizada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados. Rampas no interior do edifício facilitavam o acesso às várias zonas de onde podiam visualizar o espectáculo, sendo protegidos por uma barreira e por uma série de arqueiros posicionados numa passagem de madeira, para o caso de algum acidente. Por cima dos muros ainda são visíveis as mísulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores e, nos subterrâneos, ficavam as jaulas dos animais, bem como todas as celas e galerias necessárias aos serviços do anfiteatro.

Sete maravilhas do mundo moderno (Chichén Itzá)


Chichén Itzá  México YucatánMéxico



Chichén Itzá (do iucateque: Chi'ch'èen Ìitsha) é uma cidade arqueológica maia localizada no estado mexicano de Iucatã que funcionou como centro político e econômico da civilização maia. As várias estruturas – a pirâmide de Kukulkán, o Templo de Chac Mool, a Praça das Mil Colunas, e o Campo de Jogos dos Prisioneiros – podem ainda hoje ser admiradas e são demonstrativas de um extraordinário compromisso para com a composição e espaço arquitetónico. O nomeChichén-Itzá tem raiz maia e significa "pessoas que vivem na beira da água". Estima-se que Chichén-Itzá foi fundada por volta dos anos 435 e 455 a.C. Foi declarada Património Mundial da Unesco em 1988.

História

A cidade de Chichén Itzá foi abandonada em 670 d.C. e reconstruída 300 anos mais tarde, quando se tornou o centro da cultura maia e a cidade mais importante do nordeste de Yucátan.
A ascensão de Chichen Itzá está relacionada ao declínio de outros centros regionais das planícies do sul de Iucatã, como, por exemplo, Tikal.
Algumas fontes etnográficas afirmam que em 987 d.C. um rei tolteca de nome Topiltzin Ce Acatl Quetzalcoatl dominou esta região com o apoio de algumas tropas maias e fez de Chichén Itzá a capital, juntamente com Tula Xicocotitlan. A partir de então houve uma aglutinação entre os estilos arquitetônicos do povo maia e dos toltecas. A arte e a arquitetura desse período mostra uma mistura interessante de Maia e estilos tolteca. Alguns estudiosos afirmam que neste período a região não fora liderada por um único governante, mas por um conselho formado pelos mais notórios cidadãos. Entretanto, recentemente esta teoria vêm sendo menos apontada pelos historiadores durante as pesquisas sobre a origem de Chichén Itzá.
Durante a era de ouro de Chichén Itzá, a cidade experimentou um período de forte crescimento econômico e tornou-se o centro financeiro de Iucatã. As rotas de comércio possibilitaram a obtenção de ouro e outros recursos minerais para a região.
Segundo o Chilam Balam a cidade foi conquistada por Hunac Ceel no século XIII. Hunac Ceel propôs sua ascensão ao poder e controle da região. Na época as crenças maias destiguiam dolinas chamadas de Cenotes Sagrados e durante algumas cerimônias indivíduos eram lançados nestes Cenotes. Se algum indivíduo sobrevivesse, este era considerado de linhagem sagrada. Mas, durante uma das cerimônias não houve sobreviventes e Hunac Ceel se auto-proclamou rei de Chichén Itzá.
Embora existam algumas evidências arqueológicas que indicam que Chichén Itzá foi saqueada, algumas fontes históricas provam que a região não poderia ser atacada por ladrões. A questão está envolvida em um grande enigma arqueológico até os dias atuais. Após o período de ouro, acredita-se que Chichén Itzá entrou em declínio, mas alguns estudiosos sugerem que a região não foi completamente abanonada, já que os cenotes foram usados como local de peregrinação durante o extermínio do povo maia.
Suas escadas representam o calendário maia, um ano maia, 365 dias.

As Novas Sete Maravilhas do Mundo

Chichén Itzá foi eleito em Lisboa, no dia 7 de Julho de 2007, pelos organizadores da campanha New7Wonders, uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. A campanha não foi oficializada pela UNESCO, mas o Chichén Itzá pode ser considerado uma das novas maravilhas do mundo.



Templo dos Guerreiros em Chichén Itzá.

Sete maravilhas do mundo moderno (Taj Mahal)

Ficheiro:Taj Mahal in March 2004.jpg
Taj Mahal (em hindi ताज महल, persa تاج محل) é um mausoléu situado em Agra, uma cidade da Índia e o mais conhecido dos monumentos do país. Encontra-se classificado pela UNESCO como Património da Humanidade. Foi recentemente anunciado como uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno em uma celebração em Lisboa no dia 7 de Julho de 2007.
A obra foi feita entre 1632 e 1653 com a força de cerca de 20 mil homens,3 trazidos de várias cidades do Oriente, para trabalhar no sumptuoso monumento de mármore branco que o imperador Shah Jahan mandou construir em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A jóia do palácio"). Ela morreu após dar à luz o 14º filho, tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna.
Assim, o Taj Mahal é também conhecido como a maior prova de amor do mundo, contendo inscrições retiradas do Corão. É incrustado com pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazúli entre outras. A sua cúpula é costurada com fios deouro. O edifício é flanqueado por duas mesquitas e cercado por quatro minaretes.
Supõe-se que o imperador pretendesse fazer para ele próprio uma réplica do Taj Mahal original na outra margem do rio, em mármore preto, mas acabou deposto antes do início das obras por um de seus filhos.

Os jardins


O jardim com os caminhos junto ao tanque central
O complexo encontra-se rodeado de um grande chahar bagh5 que mede 320 x 300 metros e inclui canteiros de flores, caminhos elevados, avenidas de árvores, fontes, cursos de água, e pilares que reflectem a imagem dos edifícios na água.
Cada secção do jardim é dividida por caminhos em 16 canteiros de flores, com um tanque central de mármore a meio caminho entre a entrada e o mausoléu, que devolve a imagem reflectida do edifício.
chahar bagh foi introduzido na Índia por Babur, o primeiro imperador mogol, segundo um desenho inspirado na tradição persa a fim de representar os jardins do paraíso.6 Nos textos místicos do Islão no período mogol, o paraíso é descrito como um jardim ideal, pleno de abundância. A água tem um papel-chave nestas descrições, já que se referem quatro rios que surgem de uma fonte central, constituída por montanhas, que dividem o Éden em quatro partes segundo os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste).
A maioria destes jardins mogóis são de forma rectangular, com um pavilhão central. O Taj Mahal é invulgar neste sentido, já que situa o edifício principal, o mausoléu, num dos extremos. Mas a recente descoberta da existência do "Mahtab bagh" (Jardim da Lua) na ribeira oposta do rio Yamuna permite uma interpretação distinta, incorporando o vale no desenho global de tal forma que se converta em um dos rios do paraíso.
O traçado dos jardins e as características arquitectónicas principais, como as fontes, caminhos de mármore e azulejo, e canteiros lineares do mesmo material — similares ao jardim de Shalimar — sugerem que podem ter sido desenhados pelo mesmo engenheiro, Ali Mardan.
As descrições mais antigas do jardim mencionam sua profunda vegetação, com abundância de rosas, narcisos e árvores frutíferas. Com a declinação do império mogol também decresceu o mantimento, e quando os britânicos assumem o controle do Taj Mahal, introduzem modificações paisagísticas para refletir melhor o estilo dos jardins de Londres.
No entanto, os visitantes poderão admirar-se ao ver os jardineiros cortar a relva com uma máquina puxada por bois.

Panorama de 360º dos jardins Char bagh

Edifícios secundários


Darwaza de acesso ao Taj Mahal
O complexo está limitado por três lados por um muro em pedra vermelha. Após os muros, existem vários mausoléus secundários, incluindo os das demais viúvas de Shah Jahan e do servente favorito de Mumtaz. Estes edifícios, construídos principalmente com pedra vermelha, são típicos dos edifícios funerários mogóis da época.
Do lado interior os muros completam-se com uma colunata coroada por vários arco, característica comum nos templos hindus, incorporada nas mesquitas mogóis. A distâncias fixas incluem-se os chattris e outras pequenas construções que podem ter sido utilizadas como miradouros, incluindo a que actualmente se chama «Casa da Música», utilizada como museu.

Interior do jawabusado possivelmente como hospedaria
A entrada principal, a "darwaza", é um edifício monumental construído também em pedra vermelha. O estilo recorda a arquitectura mogol e os primeiros imperadores. As suas arcadas repetem as formas do mausoléu, e incorporam a mesma caligrafia decorativa. Se utilizam decorações florais em baixo-relevo e incrustações. As paredes e os tectos abobadado apresentam elaborados desenhos geométricos, similares aos que existem em outros edifícios do complexo. Originalmente a entrada fechava-se com duas grandes portas de prata, que foram desmontadas e fundidas pelos jats em 1764.

masjid, a mesquita
No extremo do complexo erguem-se dois grandes edifícios laterais ao mausoléu, paralelos aos muros leste e oeste. Ambos são fiéis ao reflexo um do outro. O edifício ocidental é uma mesquita e o seu oposto é o, cujo sentido original era balancear a composição arquitectónica e crê-se que foi usado como hospedaria. As diferenças consistem em que o jawab não tem minarete e os seus pisos apresentam desenhos geométricos, enquanto os da mesquita estão decorados com um desenho em mármore negro que marca a posição das tapeçarias para a oração de 569 fiéis.
O projecto básico da mesquita é similar a outras construções mandadas edificar por Shah Jahan, especialmente o seu Jama Masjid, em Deli, que consiste numa grande sala rematada por três cúpulas. As mesquitas mogóis desta época dividem o santuário em três áreas distintas: um sector principal com duas alas.

O mausoléu


O Iwan principal do mausoléu
O foco visual do Taj Mahal, ainda que não se localize no centro do conjunto, é o mausoléu de mármore branco. Como a maioria dos edifícios funerários mogóis, os elementos básicos são de origem persa. Um edifício simétrico com um iwan8 e coroado por uma grande cúpula.
A tumba descansa sobre um pedestal quadrado. O edifício consiste numa grande superfície dividida em múltiplas salas, das quais a central alberga o cenotáfio de Shah Jahan e Muntaz. Na realidade, as tumbas reais encontram-se num nível inferior.
A base é essencialmente um cubo com vértices cortados, de 55 metros de lado. Sobre cada lado, uma grande pishtaq ou arcada rodeia o iwan, com um nível superior similar de balcões. Estes arco principais elevam-se até ao tecto da base, gerando uma fachada integrada.

O Taj Mahal visto do rio Yamuna.
A cada lado da arcada principal, há arcadas menores em cima e em baixo. Este motivo repete-se nas esquinas. O projecto é completamente uniforme e consistente nos quatro lados da base. Em cada esquina do pedestal base, um minarete complementa o conjunto.
A cúpula de mármore branco sobre o mausoléu é visivelmente o mais espectacular elemento do conjunto. A sua altura é quase igual à da base, em torno de 35 metros, dimensão que se acentua por estar apoiada num tambor circular de sete metros de altura.
A cúpula tem uma forma de cebola. Os árabes chamam a esta tipologia da cúpula amrud, ou seja, com forma de maçã. O terço superior da cúpula está decorado com um anel de flores de lótus em relevo, e no remate uma agulha ou finialdourada combina tradições islâmicas e hindus. Esta agulha termina numa lua crescente, motivo típico islâmico, com os seus extremos apontando para o céu. Pela sua colocação sobre a agulha, o topo desta e os extremos da lua combinados formam uma figura semelhante a um tridente, exacerbo do símbolo tradicional hindu para a divindade de Shiva. O corpo final contém, aliás, uma série de formas bolbosas.

Base, cúpula e minarete
A figura central mostra um forte parecido com o kalash ou kumbh, o barco sagrado da tradição hindu. A forma da cúpula enfatiza-se também pelos quatro chattris em cada esquina. As cúpulas destes replicam a forma da central. As suas bases decoradas com colunas abrem através do tecto do mausoléu um espaço para a entrada de luz natural no interior do espaço fechado. Os chattris também estão rematados por finiais.
Nas parede laterais, as estilizadas espirais decoradas em relevo ajudam a aumentar a sensação de altura do edifício, e repetem-se os motivos de lótus ao longo desta e das restantes, assim como em todos os chattris.
Em cada esquina do pedestal eleva-se um minarete: quatro grandes torres de mais de 40 m de altura que novamente mostram a atracção do Taj pelo desenho simétrico e repetitivo, criando em parte vários padrões. As torres estão desenhadas como minaretes funcionais, elemento tradicional das mesquitas onde o almuadem chama os fiéis islâmicos à oração. Cada minarete está dividido em três partes iguais por dois balcões que o rodeiam com anéis. No topo da torre, um terraço coberto por umchattri repete o desenho do mausoléu.
Estes chattris têm todos os mesmos detalhes de acabamento: o desenho de flor de lótus e o finial dourado sobre a cúpula. Cada minarete foi construído levemente inclinado para fora do conjunto. Desta maneira, em caso de queda, algo não tão improvável nesse tempo para construções de semelhante altura, o material iria cair longe do templo.